fbpx
Skip to content Skip to sidebar Skip to footer

O meu blog é muito intimo. Aqui conto coisas que não conto em mais lado nenhum. E hoje é barra pesada!

Pensei muito sobre se devia, ou não, falar sobre este tema.

As pessoas adoram contos de fadas e histórias bem bonitas!
Também as tenho. Tenho histórias lindas para te contar e tenho histórias menos bonitas!
Ambas fazem parte da história da minha vida.

Depois pensei que és mãe e talvez gostasses de me ler.

Nestas 2 semanas sofri dos maiores desgostos da minha vida. Nestes 15 dias devo ter chorado em 13. Mas chorado com aquelas lágrimas bem gordas, bem molhadas que caem pelo teu rosto e tu nem percebes como fabricas lágrimas tão ostensivas e poderosas. Estas lágrimas, juro, eu não sabia que existiam. Foram, novidade para mim.

Sempre fui uma mulher de enorme dificuldade em chorar. Por vezes forço-me a chorar. Quero chorar e não consigo. E fico frustada com isso porque sei que o choro é o caminho para a cura da dor. É o caminho da libertação.

Nestas, quase, 2 semanas não foi assim. As lágrimas caiam e invadiam-me o rosto. Até me doía o coração.
A vida continua e, desse lado, não darias por nada se eu não te contasse.

Mas eu conto! Conto porque és mãe!
Conto porque és mulher e me entendes!
Conto porque um dia podes, de alguma forma, passar pelo mesmo!

Esta semana senti a dor no coração de um filho sair de casa e ir viver com o outro progenitor.
Depois de 17 anos a viver comigo, o meu filho decidiu ir viver com o pai.

Não vou entrar em detalhes de como o fez ou porque o fez, pertence à esfera pessoal do meu filho e isso eu não tenho o direito de expôr.
Posso expôr o que sinto e como estou a lidar com essa situação.

Quem me conhece sabe que me dediquei toda a vida aos meus filhos.
Que sou uma mãe divorciada e que estive sozinha na educação dos meus filhos nos últimos 7 anos.
Não tenho e nem nunca tive apoio familiar. Moro longe da minha familia.

Portanto toda a logística de educar e apoiar os meus filhos recaiu, sempre, sobre mim.
Se as condições não foram, per si, ideais piora o facto de eu ser o tipo de mulher que não sabe pedir ajuda ( um dos maiores actos de insanidade possível).

Portanto esfalfei-me para cuidar deles. Redobrei-me, multipliquei-me, desgastei-me, cheguei a momentos de total insanidade.

Mas fiz sempre com um amor infindável. Com uma entrega como nunca me entreguei a nada!
Fiz por amor, claro está!

E o meu filho, agora com 17 anos, resolveu que queria ir viver com o pai.

Há um lado meu que pensa: ” Caramba, até é bom, afinal tive anos a fio nisto sozinha. É óptimo para ele estar mais perto do pai, é óptimo para o pai poder usufruir mais do filho e, é óptimo para mim, porque posso descansar um pouco!”

Mas há outro lado que sentiu que o coração foi arrancado. Eu senti dores agudas no coração. Juro!
Sempre me preparei para os meus filhos baterem asas. Sempre me preparei e eduquei-os para serem livres e autónomos.
Mas será que alguma mãe está preparada para o ninho vazio?
Eu, definitivamente, não estava.

Senti isto quando me divorciei. Não sabia muito bem o que fazer com tanto tempo livre.
Agora senti um pouco o mesmo.
Sinto falta do cheiro!
Sinto falta de lhe fazer o jantar!
Sinto falta do seu sentido de humor!
Sinto falta dele Porra!

E sei que isto é muito intimo e sei que algumas pessoas vão achar que não me devia vulnerabilizar assim.

E eu digo-te que eu não sou como essas pessoas. Eu não tenho medo de mostrar humanidade e vulnerabilidade.

Eu criei este blog porque precisava de um sitio para fazer catarse!
Eu adoro passar o que sinto para a escrita!
Não invento histórias e nem personagens!
Esta é a minha vida! A minha história. E sabes que mais?! Também é a tua!

Em cada dia que passa vou recuperando o fôlego.
Vou recuperando a minha vida.

A vida de uma mulher que criou os seus filhos e, agora, chegou a sua vez.
Ainda não estou convencida que queria isto!
Ainda não estou convencida que esta parte é boa e libertadora!

Lembro-me quando tive os meus filhos não gostei da sensação de não os ter na minha barriga.
Queremos muito tê-los nos nossos braços mas depois dói sermos mães. Era tão bom quando estavam na barriga e controlávamos tudo!

Creio que este é um 2º nascimento!
Um nascimento necessário mas nem por isso menos doloroso!

Bom já abri o meu coração!
Este coração que, ainda, não sossegou e procura voltar a sorrir!

Entretanto, vou continuando, super feliz com a minha nova vida de consultora imobiliária e novidades a caminho!!!!
Porque a vida é assim, feita de contrastes, na tentativa constante de integrar os opostos.


1 Comment

  • Shivani
    Posted Março 22, 2023 23:40 0Likes

    Um abraço de mãe grande como tu ❤️ histórias diferentes as mesmas dores. Quando consigo ser astronauta a flutuar no espaço vejo os filhos que vão e voltam, os papéis que representamos, os fios que seguramos … as dores das linhagens. É tudo amor grata pela partilha e contribuição

Leave a comment