O meu ego passou de 4.920m para 3.571m e a minha ALMA agradece!

4.920m ( BMW), 3.821m (Mini) e 3.571m (Fiat).

Estas são as medidas do meu Ego!

Confesso que tive um BMW com, quase, 5m porque precisava de pertencer!

Precisava de mostrar como era capaz de atingir tal feito! Claro que isto não foi uma escolha consciente. Só o percebi passados alguns anos.

Mas tinha vaidade no meu carro. Era assim um:

 “Olhem o que eu consigo comprar!” Com um carro destes, claro, que percebem que tenho sucesso ,certo?”

Na altura não pensava. Só sofria.

Sofria porque não entendia o vazio que sentia. “Como posso eu sentir vazio se tenho tudo?”. Eram as palavras que me ecoavam constantemente.

Este vazio foi crescendo e a conta bancária também.

Todo o foco eram os resultados da empresa. A faturação. Os rankings.

E cá dentro uma tristeza que era disfarçada pelas coisas que o dinheiro podia comprar.

Mudei de vida.

Vendi a empresa.

Divorciei-me.

Mudei de casa e de cidade.

Conheci um novo amor!

Mas não largava o raio do carro!

Tinha um sonho de ter um Mini Cabrio mas não conseguia largar o meu Ego.

Ele dizia-me coisas do género:

“O Mini é um carro pequeno. Não cabe lá toda a família!”

“Agora vais deixar um BMW tão confortável para comprares um Mini? O Mini é um carro duro e desconfortável!”

E esta é a melhor delas todas:

“Depois de teres um BMW vais ter um Mini? Vais andar de cavalo para burro?!”

E sabem o que aconteceu? O motor do meu BMW partiu. Um carro com 5 anos e o motor partiu-se. E aqui não há dúvida que se não tomas tu as decisões, as decisões terão de ser tomadas à força.

Perdi imenso dinheiro mas percebi o sinal.

Encomendei o meu carro de sonho. O meu Mini laranja cabrio!

Durante anos não tinha tomado esta decisão com medo de me arrepender. De facto, iria passar de um carro mais valioso e, teoricamente melhor, para um com menor valor comercial.

Os meus filhos reclamaram da cor, de ser apertado e desconfortável lá atrás. Ainda hoje, quando andamos os 3 de carro, é um fandango. Ninguém quer ir atrás.

Toda a gente me dizia para não trocar. Que me iria arrepender. Toda a gente menos uma pessoa. O meu namorado Nuno. Ele dizia-me sempre:

“Compra! Compra. Mesmo que seja um mau negócio para ti compra. Faz-te a vontade! Tu mereces!”

E lá comprei. Sabem quantas vezes me arrependi de ter comprado o meu Mini? NUNCA! Nem um milésimo de segundo. Bem pelo contrário.

Sempre que olho para o meu Mini quando o vejo estacionado, sorriu. Ele faz-me sorrir.

Escolhi a cor laranja porque queria dar cor à minha vida.

Este Mini dá-me um sentido de leveza, de liberdade, de diversão! Ele cabe em todo o lado. É irrequieto e atrevido.

E quando baixo a capota… ai quando baixo a capota e passeio na marginal penso que a vida não pode ser mais perfeita. Sol, mar e o meu Mini.

Tantos anos a conduzir um carro grande e cheio de status quando tudo o que queria era um carro pequeno, irrequieto e divertido!

Um carro que me fizesse sentir viva!

Agora está na hora de mudar. O meu 1º pensamento foi vou comprar um Tesla. Até já encomendei.

Depois comecei a pensar que não preciso de um carro tão caro e tão grande.

Prefiro viajar, fazer retiros, investir na minha reforma.

Quero ter, de novo, um cabrio.

Olhando para o mercado pensei quero um carro divertido, bonito, pequeno e barato.

Surgiu-me o Fiat 500 cabrio.

No ano que faço 50 anos estou com vontade de comprar um Fiat!

Penso nisso e estou a sorrir. Eu num Fiat!!!

O meu ego passou de 4.920m para 3.571m e a minha ALMA agradece!

O que achas? Compro o Fiat?!