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Sabes o que vieste cá fazer?

Porque raio sofro tanto?

Que justiça há se eu sofro tanto?

Porquê eu?

Porque me continuas a dar batalhas se tudo o que quero é bliss?

Porque sinto tanta dor em vez de alegria?

Porque é que em vez de me sentir amada, vista, compreendida só encontro desamor, e incompreensão?

Já te sentiste assim?

Eu digo-te, eu já! Muitas vezes. Vezes demais!

Porque acreditei (e não me perguntes porquê) que o natural e normal seria passear nos campos de trigo com um vestido leve e comprido, com uma coroa de flores na cabeça, sentir o sol queimar-me a pele, o vento quente a fazer esvoaçar o vestido e tudo o que sentia no coração era amor e gratidão.

Isso sim! Isso foi o que vim cá fazer!

Really Bitch? Tavas mesmo convencida que era isso que Ele tinha reservado para ti?

Então para que raio precisa Ele de ti?

Para isso existem as flores, as árvores, os rios e os oceanos!

As montanhas e os vales!

Para embelezar!

Tu não viste cá para isso.

Tu tens mais para fazer!

Tu viste para experienciar.

Quer gostes ou não!

Quer concordes ou não?

Vou contar-te uma história.

Houve uma altura na minha vida em que me zanguei com Deus! Com o divino. Com o Universo. Com a energia Universal. O que quiseres chamar. Para mim é Deus!

Zanguei-me tanto!

Senti-me traída por Ele, abandonada.

Zanguei-me! Neguei-o! Neguei a beleza da vida e a sua própria utilidade!

Para quê estar aqui?! Neste planeta tão bonito e povoado de tanta dor e injustiça?! Para quê?!

E houve um dia que o perdoei.

Fui ao Seu encontro e disse-lhe que o perdoava. Que o aceitava de volta na minha vida!

Ele grandioso, sorrio-me… Juro que O vi sorrir.

Sabem o que aconteceu?!

Voltei a levar tanta pancada mas tanta pancada… Pior que a anterior!

Virei-me para Ele aos gritos: “Porra mas eu acabei de te perdoar! Porque me estás a fazer isto?”

E Ele sorriu…

E eu virei costas zangada! Não te quero! Pensei eu. Não quero saber de ti e da tua graça. A tua graça só me dá dor!

E assim passaram muitos anos.

Até que um dia percebi a minha ousadia. Então mas sou eu que tenho que perdoar Deus? Quem julgo eu que sou?

Eu só sou um canal. Eu nada sou aqui. Sou tão pequenina perante a gigante realidade que se passa à minha volta. Neste e neste enorme cosmos.

Senti-me tão envergonhada. Tão humildemente envergonhada.

Ajoeilhei-me a Seus pés e disse: “Sou uma serva da tua mensagem. Eu sou o que tu achares que eu devo ser. E viverei o que tu achares que  tenho que viver. Aqui estou. Ao serviço”

Assim será!

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